4 Tendências de mercado para o varejo que já estão acontecendo

A partir do momento em que ocorre uma mudança no mercado e que isso começa a ser uma prática e um hábito para um número significativo de shoppers, pode ser que isso seja, ou se torne uma tendência.
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Michel Jasper
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Antes de começar, você precisa saber o que é tendência de mercado e como, muitas vezes, ela já está acontecendo e acabamos nem percebendo.

A partir do momento em que ocorre uma mudança no mercado e que isso começa a ser uma prática e um hábito para um número significativo de shoppers, pode ser que isso seja, ou se torne uma tendência.

"A tendência é durável e sequencial."

Tendência de mercado não é moda, as duas coisas são completamente diferentes. Moda é algo passageiro, é aquilo que vem, ou seja, passa.

Em 2018 falei sobre algumas tendências para o varejo e muitas já estão acontecendo, mas alguns varejistas ainda não perceberam que elas já estão afetando seu negócio e suas vendas. Vou citar as 4 principais:

1. Lojas físicas integradas com o meio virtual.

Nesse ponto não estou falando apenas de e-commerce, mas de integrar os canais e melhorar a experiência de compra do cliente, o famoso omnichannel.

Omnichannel é uma tendência do varejo que se baseia na convergência de todos os canais utilizados por uma empresa. Trata-se da possibilidade de fazer com que o consumidor não veja diferença entre o mundo online e o offline.

Portanto, refere-se à convergência entre as ações das lojas físicas, virtuais, aplicativos, ferramentas digitais e redes sociais. Quando uma empresa é omnichannel, o consumidor tem acesso a ela por meios online e offline, de acordo com suas necessidades.

Para trazermos esse conceito para a prática:

Em uma empresa omnichannel, o consumidor pesquisa um modelo do televisor no site e compra no aplicativo, recebendo o produto em sua casa. Digamos que o produto tenha um defeito, ele pode ir para a loja física ou até mesmo ligar para resolver o problema, viu como tudo está interligado?

Plataformas unificadas com layout similar, uma mudança de cultura e equipe preparada são os grandes desafios, e lembre-se: todos os canais precisam ter as informações do cliente.

Dê uma olhada nos dados abaixo:

  • Entre 57% a 70% de uma decisão de compra é definida antes mesmo do consumidor entrar em contato com o fornecedor.
  • 93% dos processos de compra começam com uma busca online.

Fazer os canais se comunicarem é um caminho sem volta.

2. Foco no nicho

Mesmo que você já tenha um mercado amplo, saber explorar os nichos desse mercado é fundamental para a saúde do seu negócio.

"Nicho é um mercado menor, dentro de outro maior."

Vamos levar isso para dentro de um supermercado: pegue a categoria de água mineral, parece simples né, todo mundo toma água, mas vamos explorar os nichos dessa categoria!

Como falamos antes, todos tomam água, mas nós temos: pessoas que bebem água com gás e outras sem gás; ainda, temos pessoas que compram águas de 500 ml (versão single), e outras acima de 1 L (versão familiar); e também temos quem bebe água de coco e quem bebe água tônica.

Há alguns anos foi introduzida a água saborizada, para um nicho que estava deixando de tomar o refrigerante, mas queria algo com gás e com sabor.

Viu? Um grande mercado chamado “ÁGUA”, possui vários nichos e isso acontece em toda a loja, em 100% das categorias.

Entender isso e saber gerenciar as exposições, preços, sortimento e estratégia de compra é fundamental para o sucesso do seu negócio.

3. Experiência de compra

O varejo supermercadista ainda tem forte presença de lojas físicas, e isso não vai mudar tão cedo! Já o canal online ainda não tem uma representatividade significativa. Diferenciar-se no ponto de venda virou uma estratégia de sobrevivência!

Se você pensa que o cliente deseja simplesmente ir à loja e encontrar tudo o que procura, está muito enganado. Mais do que nunca, a experiência de compra pesa muito na decisão dele e você precisa saber que o cliente compra em até três canais diferentes, então, o que vai levá-lo para dentro do seu negócio, é sim DIFERENCIAÇÃO

E diferenciação vai muito além do famoso “dia D” ou da feira de padaria. Ser diferente é criar estratégias de venda combinada, ter um mix diversificado, criar diferentes ambientes de compra por NICHO — olha o tópico 2 aqui —, produzir sinalização bem-feita e saber trabalhar a compra por impulso nos pontos quentes e frios da loja.

Focar em ações sensoriais, contemplando o maior número de sentidos — audição, visão, olfato, paladar e tato —, conforme o tipo de produto ofertado é uma excelente estratégia para melhorar a experiência de compra do cliente. A compra é muito mais emocional do que racional então saiba explorar isso através dos sentidos.

Use as famosas chamadas para a ação e totens para melhorar a experiência de compra. Lembre-se que mais de 60% dos clientes mudam sua decisão de compra no PDV: ele tem informação do produto, mas ainda não decidiu.

4. Saudabilidade.

Mais do que nunca a saudabilidade está em alta. De acordo com uma pesquisa realizada pelo IHRSA Global Report, o Brasil é o segundo país com maior número de academias por habitante. De acordo com o levantamento, hoje o País possui cerca de 31.800 academias distribuídas de norte a sul, com 7.952 milhões de alunos.

O Brasil também possui um dos maiores crescimentos do número de idosos do mundo. A população idosa — acima de 60 anos —, deve dobrar no Brasil até o ano de 2042. Os dados são de projeções do IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Em 2031, o número de idosos será 43,2 milhões e vai superar pela primeira vez o número de crianças e adolescentes — de 0 a 14 anos – estimado para ser de 42,3 milhões. Antes de 2050 os idosos já serão um grupo maior do que a parcela da população com idade entre 40 e 59 anos.

E isso se reflete no ponto de venda do varejo supermercadista: em quatro anos o metro linear da categoria “funcionais” cresceu 480%, ou seja, o que antes ocupava um simples módulo, hoje passou a ocupar corredores inteiros.

Em algumas empresas essa categoria chega a um crescimento de 300%, isso mesmo: 300%!

Sua loja está preparada para atender esse público? Não apenas em acessibilidade, que é lei, mas em variações de produtos, hábitos de consumo e serviços?

Esse público busca e necessita um tipo de serviço diferenciado, com mais atenção, disposição dos produtos de forma otimizada e um amplo mix de produtos saudáveis. O ideal é ter, no mínimo, duas marcas de cada produto, assim evita-se ruptura, já que essa categoria fideliza muito o cliente, podendo facilmente se tornar uma categoria destino da sua loja. Categoria destino é quando o cliente tem como referência aquela categoria na sua loja, se deslocando e até pagando mais, já que sabe que lá a experiência de compra dele será completa.

Falando sobre exposição, o setor deve ser identificado por placas padrão e a categoria deve ser separada por TIPO ou GRUPO seguindo a ordem abaixo:

Diet / Zero / Light / Sem Glúten / Sem Lactose / Orgânicos / Naturais

  • Não coloque produtos muito pequenos no rodapé ou aéreo.
  • Coloque os de maior valor agregado na altura dos olhos e mãos.
  • A linha sem lactose é a que mais cresce, portanto, coloque 20% de espaço a mais.

Alguns clientes buscam primeiro no ponto linear normal antes de irem nessa seção, então os produtos como refrigerantes, leites, doces de frutas, achocolatados em pó, molhos, atuns e biscoitos, devem ser expostos nos dois pontos.

Este setor tem um grande fluxo de clientes idosos e que buscam informação: uma boa organização e precificação são essenciais para uma boa experiência de compra.

Autor(a)
Michel Jasper

Trabalho no setor varejista há mais de 18 anos, com foco na área Operacional, Trade Marketing, Gestão de Pricing e Gerenciamento de Categoria. Já atuei nas maiores redes varejistas do País em cargos de gerência, supervisão, trade marketing, gestão de pricing e gerenciamento de categoria e merchandising.

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